“Não tenho dúvida : vamos encontrar talentos nessa Copa SP”, analisa Sandro Orlandelli

“Eu não conheço nenhuma Copa São Paulo que eu venho acompanhando que deixou a desejar na questão de encontrar talentos”. Essa é a avaliação do scout e treinador licenciado UEFA, Sandro Orlandelli, sobre o torneio considerado “vitrine” para quem aspira a um espaço no concorrido mundo do futebol profissional. “A Copa São Paulo é um dos maiores eventos no desenvolvimento de talentos do Brasil” , complementa o CEO da Diagnóstico de Talentos (DT).

A competição, com início previsto para 02 de janeiro de 2020, vai reunir 128 equipes distribuídas em 32 chaves, com disputas na capital paulista, Grande SP e interior do estado.

“A Copa abrange uma faixa etária crucial, com jogadores que já têm idade para um nível profissional, mas que na grande maioria ainda não tiveram  a oportunidade de ter acesso a uma situação do nível profissional, onde a pressão é maior, há um envolvimento externo com relação à torcida, à imprensa, pressão de jogo, etc. Na fase de categorias de base não há tanta pressão como estas”, explica Orlandelli. “Então a competição vale como um teste mental, que é um dos pontos mais importantes para um  jogador ter sucesso”, completa o scout.

A Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2020 é considerada a maior competição de categorias de base do Brasil. Na visão de Orlandelli, apesar de existir uma grande diferença técnica dos grandes clubes em relação aos pequenos, ainda assim é possível detectar talentos.

”Só o Brasil nos proporciona uma situação em que mesmo tendo jogadores em uma equipe muito pequena, muito modesta, sempre você vai encontrar a chance de ter um potencial para ser desenvolvido para os próximos dois anos e chegar a um nível interessante, até mesmo internacional.  Porque nós temos no País  uma quantidade de talentos  muito grande”, ressalta Orlandelli.

Lugar ao sol   

Durante praticamente o mês de janeiro, os jogadores que buscam um lugar ao sol vão se desdobrar ao máximo para serem “vistos”. E quem chegar à grande final, marcada para o dia 25 de janeiro, data do aniversário de 466 anos da cidade de São Paulo, no estádio do Pacaembu, sabe que será uma grande vitrine. Mas a metamorfose, a transformação de uma promessa do futebol em um jogador de sucesso requer ainda uma longa caminhada e muitos ficarão pelo caminho.

“ Quando o jogador  vai para um outro acesso, um nível profissional, existem vários aspectos que são determinantes. Não são só as conquistas mas sim a imagem do jogador . E a imagem não é só a questão visual e sim a questão comportamental, na mentalidade que ele tem. O timing do jogo também é diferente. Uma coisa é você jogar numa categoria sub 18 onde todos têm a mesma idade e praticamente o mesmo nível de experiência. Outra coisa é você chegar numa equipe profissional com 19 anos, enfrentar jogadores cm 27 anos, que estão no ápice da força, da velocidade e além disso eles têm sete, oito anos a mais de experiência. Então esse garoto tem que ter a ferramenta mental como o seu ponto positivo. O que vai fazer com que ele tenha sucesso é a resiliência, a determinação, o espírito de luta, o seu comportamento. A zona de conforto mental é a grande rival que esse garoto tem quando chega a uma equipe profissional”, analisa o treinador licenciado UEFA Orlandelli.

A Copinha chega este ano a sua 51 Edição. Ao longo desses anos todos, revelou vários talentos, como Djalminha, Kaká, Rogério Ceni, Cafú, Neymar, Gabriel Jesus, entre tantos outros. Neste ano, segundo Orlandelli, não deve ser diferente.

“Dentro desse “garimpo”, você encontra algumas pérolas interessantes. Não tenho dúvida de que a gente vai conseguir identificar alguns talentos em níveis interessantes tanto nos grandes quanto nos pequenos clubes”, aposta Sandro Orlandelli.

 

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